21 de fevereiro de 2011

Constelações de sentimentos me envolvem

Constelações de sentimentos me envolvem
Surpresas, medos, esperanças, alegrias fugazes
Galáxias de afetos que me gritam: vive!
Planetas que ecoam nos céus a voz de quem existe

Já percorri outros universos de saberes e normas
Afundei em buracos negros de raciocínios e lógicas
Perdi a vida viajando à procura de certezas
E acabei errante no infinito vazio das dúvidas eternas

Que novo cosmo me deparará o destino?
Por onde me levarão os astros e o bom senso?
Que nebulosas habitarão meus medos?
Em quais asteróides semearei meus sonhos?

Hoje é o coração quem governa minha vida
Fugindo dos velhos mapas e da trilhada senda
Lágrimas, risos, arrepios, emoção, ternura
Povoam o céu deste velho corpo que ainda palpita

7 de fevereiro de 2011

Andando em círculos


Andando em círculos construo a vida
Sempre bebendo nas mesmas fontes
Inventando o passado e lembrando o futuro
Onde tudo termina e começa de novo

Em círculos de incerteza caminho
Sempre retornando ao lugar de origem
Cada dia novo e sempre o mesmo
Estranha novidade que me devolve na história

Quer correndo, quer me arrastando
O vai e volta da vida não para
Nem o amanhã, nem o ontem
É o agora que somente compreendo

Quem me orientará neste redemoinho nervoso?
Quem apontará o futuro sem me devolver ao passado?
Ou será que é assim tudo e sempre
Caminhar em círculos até descobrir o Centro?

4 de fevereiro de 2011

Aí estás

Num caótico borbulhar de vozes
No estrondo duma tempestade de ecos
Descubro teu nome
Reconheço teu verso
Decifro as notas do teu canto

Nem os deslumbrantes galanteios
Nem a ofuscante sombra da inveja
Me afastam do teu olhar
Que ilumina as noites
Desvelando novos horizontes

Mesmo numa selva de dúvidas
No meio das estrelas e dos mares
Avisto rápido tuas pegadas
Sinto o cheiro do teu passo
E a memória acorda em mim a esperança