27 de junho de 2013

Insone

Acordou de imprevisto 
No silêncio da noite
Quando a vida viajava ainda 
Pelas estradas do cansaço
Arrastando a sombra
Pelas sendas já pisadas

Acordou sem motivo
Na imensidão noturna
De um véu iluminado
Por milhões de sonhos
Fugitivos e travessos 
anciãos ou recém-nascidos

Acordou sem desejá-lo
Na monotonia escura
De uma vida sem estrelas
Quando a lua namoradiça
Convidava radiante e tentadora
Ao eterno abraço dos insones

Acordou sem alternativa
No raiar de uma nova aventura
Com o coração atravessado
Pelo desejo de devorar o dia
Até retornar vazio e cansado
Ao seio que lhe proverá de vida

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