8 de março de 2014

Corpo de mulher

Na pele curtida
As marcas profundas
De uma história
Sofrida em silêncio
De um desprezo
Carregado no rosto
De uma ofensa
Injetada na alma

No olhar infinito
Os sonhos germinados
De uma vida ditosa
Sem ódio nem raiva
De um abraço eterno
Sem custo nem ameaça
De um beijo sincero
Sem medo nem pena

Na memória florida
Os nomes gravados
De quem semeou a vida
Com cada gota do seu sangue
De quem levantou a bandeira
Para conquistar o direito
De quem engravidou de rebeldia
Para engendrar um futuro novo

No corpo firme
Os sinais manifestos
De feridas sangrantes
Choradas em noturna solidão
De sacrificados esforços
Na humildade do afeto sem par
De luminosas gargalhadas
Geradas nas redes do amor